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quarta-feira, 7 de março de 2012

Moda e Mundo


Cool Hunting e o quê?!

Olá Casuleiros, semana passada fui numa palestra sobre ‘Cool Hunting’ com a professora Janiene Santos no IED São Paulo. Foi muito bacana, sai de lá cheia de referências e trouxe aqui pra vocês alguns questionamentos relevantes abordados por ela ;)

Quantos de vocês já se perguntaram o porquê das pessoas começarem a gostar de um determinado estilo de sapato ou um modelo de calça jeans que você achava fora de moda? Muitas pessoas te diriam que é a tendência do momento ou que está na moda.
Moda é um comportamento social, uma manifestação cultural que pode gerar mudanças amplas nos modos de um grupo, provocada por uma tendência, um comportamento emergente que pode começar de diversas situações e/ou contextos distintos. Cool Hunting é basicamente a prática de observar e fazer previsões das mudanças de culturas, identificar as tendências que ainda virão.
 

 


Um exemplo de tendência que está bem relevante na mídia em geral é o resgate da memória familiar. A procura de viagens fora dos pacotes tradicionais por viagens para lugares onde seus antepassados viveram em busca da própria história; a volta das câmeras Lomo e analógicas em geral para experimentar a sensação de não saber como ficaram as fotos das férias até revelar; o gosto por usar acessórios e roupas que a avó usava ou fazia na época dela, as empresas que valorizam cada vez mais seu passado em propagandas que contam a origem de seus produtos e por ai vai...




A tendência pode ser micro e se manifestar em nichos, grupos específicos ou pode ser uma macrotendência sendo um comportamento global, mas com manifestações locais assim como a retomada do passado, a necessidade da construção da identidade particular e o movimento chamado vida indoor: profissionais que preferem trabalhar em casa, buscar modos de produção artesanal ou que nem são mais usados para uma produção pequena, pessoal e personalizada.



Encontrar uma tendência não está na identificação do público alvo que se fecha em quesitos de gênero, idade, classe social. O público a ser estudado está cada vez mais móvel, flutuante, híbrido e ele permeia em diversos espaços, com referencias de um tempo não-linear, cada vez mais efêmero. O excesso de possibilidades que se apresenta dificulta, ou não, na identificação de uma tendência que ascende e que pode ser prevista para uma próxima coleção, ou direcionamento de uma campanha.



As fotos do aplicativo Instagram seguem a tendência do resgate da foto antiga, os filtros 
possibilitam a experiência de tonalidades como se usássemos filmes e lentes diferentes.

É preciso um estudo com base nas abordagens da antropologia visual, para prever cenários que inspirem as empresas a inovar e conseguir atingir estes multivíduos (indivíduo múltiplo que desempenha vários papéis) e difundir inovação numa sociedade de consumo tão líquida e complexa como essa nossa pós-moderna.

Por Fernanda Tosta 

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